Saturday, October 29, 2005

Uma pachanga em Londres- Parte I

Queres um'mamala por 15 libras?

Pois é, de volta à terrinha e com muito para contar. Primeiros, antes de tudo, devo falar do maior fenómeno dos últimos anos em Londres. A Mala Dourada. Não, não é nenhum objecto inventado pelo Dan Brown ou algum artigo erótico, mas sim, realmente e concretamente, uma mala dourada. E pensam vocês: "Tás a falar de uma pochete, que se usa em ocasiões especiais, com sapatos a condizer, não?".
NÃO. Estou a falar de pessoas que aparecem do nada, no metro, nos autrocarros, nas lojas, nos restaurantes, no teatro e em todos os sítios imaginários e possíveis daquela bela cidade. Pessoas que envergam enormes malas douradas, do tamanho de sacos de viagem, sem qualquer espécie de classe ou propósito, transformando a fantástica Londres num altar de talha dourada de uma qualquer igreja vitoriana. E como se não bastasse, a bota dourada, o cinto dourado acompanham esta tão bela sinfonia da falta de gosto.
Preveni-vos, pachangas amigas, se fordes a Londres. É essencial levar também um óculo escuro bastante grosso, para que a luminosidade de tal acessório não vos cegue a vista.

Os parques verdejantes

tururtutururu, tuturrruuruururuuuuu. Já vos contei que se a vida pudesse ter banda sonora, eu gostaria de ter como "música de entrada nos locais", a música emblemática que lança Uma Thurman em Kill Bill. Com o meu passo confiante, entraria nos locais, formosa e segura, viçosa pela verdura.
Em Londres, mal tive a oportunidade de me encontrar num daqueles parques maravilhosos que cobrem grande parte da ciddae, a minha alma romântica veio ao de cima e comecei a ver-me num romance de Jane Austen (essa grande pachanga), ao som do turur, tutururur, tuturururu, conhecem?
E eis que detrás de um arbusto surge Mr. Darcy, que me convida para dançar e juntos percorremos hyde park em comunhão espiritual. Foi nesta altura que a minha companheira de viagem me chamou e eu voltei à realidade dura. Estava de facto em Londres, mas do Mr. Darcy, zero. Voltei a comer a minha sanduca feita num banco de jardim e decidi, já que não dançarei jamais com Mr. Dracy num qualquer parque britânico, despojar-me de minhas roupas e correr, integralmente nua, na celebração da pachanga e em união com o meu próprio ser. Não é que deu resultado?

Próximos capítulos:

A ida ao Teatro
A pousada demoníaca
A viagem ao Inferno

Wednesday, October 26, 2005

Onde é que está a classe?

E para acabar a minha trilogia sobre o país, fica o canto triste final.
Isto porque tenho vindo a comprovar tristemente que por cá, além da evidente falta de muitas coisas, também está a haver um grave défice de boa educação. Ele é não respeitarem as filas dos autocarros, ou qualquer outro tipo de bicha, ele é estarem constantemente a coçarem as partes baixas onde quer que seja, ele é dar encontrões e não pedir desculpa mesmo que quase tenhamos ido com o focinho à calçada ou ido contra o velhote de 98472 anos que não se percebe porque é que não fica em casa em vez de andar a atrasar a vida dos outros, ele é já não se dizer fachavor ou brigadus para nada, ele é caras de frete quando vamos ao banco, beber um café, tratar de papelada, comprar uns sapatos, cortar o cabelo… E depois ficamos assim, todos de fronha carregada, carrancuda até, o que ouvi dizer, faz um mal enorme à fenilalanina, para não falar das rugas de expressão e dos vincos na testa…
Safa, pobrezinhos e cada vez mais pequeninos.

Só queria agradecer por terem chegado ao final deste desabafo. E agora com a vossa licença, retiro-me com as melhores saudações.
Tenham um muito bom dia. Bem hajam. Vocês e os vossos.

Monday, October 24, 2005

Ai Nuninho

Pessoa do dia.
Giro, giro, giro, mesmo com aquele ar de alma penada a barbitúricos com que está no Alice.
Para não dizerem que não se faz nada de jeito por cá.

Deste país que nos deixaram



Fui ver o Alice. E digo isto com toda a pompa e circunstância com que diria que fui ver os últimos do Von Trier ou do Jim Jarmush, só para fazer referência a dois dos filmes mais esperados do ano. Pelo menos os meus. Confesso que não sou uma espectadora regular do cinema português, devo padecer do mesmo preconceito que a maior parte do público tem em relação ao que é feito por cá e a verdade é que durante todo o filme não me consegui desligar deste sentimento. E o que foi curioso é que a maior parte do tempo foi a pensar porque é que tem que ser assim.
O cinema português não é igual ao que se faz nos outros sítios. Isso já todos sabemos. A discussão sobre este tema é tão antiga que já só se fala com axiomas. Para uns dizem que não se pode mudar porque tem que se manter a pureza, para outros há tanto a mudar que se cai na banalidade. E andamos nisto há demasiado tempo. É por isso que de vez em quando é bom apareceram pequenas obras que venham agitar um pouco as consciências.
Alice é um filme triste, mas é também um filme de imagens bonitas. História não tem muita é verdade, mas tem excelentes actores, uma fotografia intrigante e um conceito de banda sonora, o que para mim já é novidade. Se das dez longas metragens que se fazem por ano em Portugal, três tivessem tanta gente na sala como aquela sessão ao final da tarde a que fui, já nos podíamos dar por contentes.
Somos de facto um país de contrastes, disso não há dúvida. No mesmo e pequeno espaço convivem Manoel de Oliveira e a 1ª Companhia, o Jornal das Letras e a Maria ou o Carlos Bica e o Toy. Mas lá no meio estão o João Canijo, está a Visão, está o Jorge Palma, o Fausto, estão tantos outros. E há uma imensa minoria que gosta destas coisas boas. Com uma exigência q.b. que não deixa que o bolo fique demasiado mole, mas também não gosta dele maçudo. É este público que tem que nos fazer gostar cada vez mais das nossas coisas. De acreditar nelas, para não ser preciso elas ganharem prémios lá fora para serem vistas ou compradas.
Foi tudo isto que me passou pela cabeça depois de ver o Alice. Com ataque de nacionalismo ou não, a verdade é que saí do filme e fui comprar o novo disco dos Clã. E tanta coisa boa que ele tem.

Thursday, October 20, 2005

Uma Aurora para alegrar o dia


Vi um filme muito bonito, há quem diga até que é o filme mais bonito de sempre, mas isso já fica à consideração de cada uma ou um.
A história é tão simples que desarma: marido, mulher e amante. Um casal do campo vê a sua harmonia familiar alterada pela chegada de uma mulher da cidade à qual ele não resiste. A mulher sabe e sofre em silêncio. Um dia a amante propõe matar a mulher para venderem a quinta e irem para a cidade. O marido, fraco face aos encantos da mulher moderna, acede. O fatal dia chega e ele leva em frente o seu plano, mas quando chega a hora desiste. A mulher percebe e foge. E foge tanto que acaba por ir parar à cidade com ele sempre atrás dela. E é neste momento da história que nos apercebemos que os filmes mudos têm muito para ensinar aos seus primos sonoros. Na beleza e simplicidade de contar uma história apenas pelas imagens. Que mais é o cinema além disto? Entre o desespero latente dele e a mudez muda dela apenas com a música de fundo, Murnau cria uma das mais geniais sequências que já vi em cinema, e que acaba com um casamento que é no fundo a celebração do amor que podia ser o deles dois, que podia ser o que se entoa em todos os compromissos, o que se canta em todas as promessas. E que melhor local para ele se aperceber que ela é afinal o grande amor da sua vida, do que a própria cidade, no meio de todo aquele caos de movimento e ilusão, o qual eles parecem percorrer com a certeza sem medo da qual são feitos os melhores sonhos.
Mas como um difícil acordar, eis que chega o drama em forma de tempestade e de repente o realizador arranca-nos do cantinho confortável que nos tinha ajudado a construir e atira-nos para um misto de tristeza e angústia. E é tudo feito de forma tão simples que aceitamos quase a seguir a reviravolta para o desfecho feliz e acabamos a ver a tela preta com um sorriso nos lábios preparado para receber a última lágrima a cair.
Amigas Pachangas, alarguemos o nosso universo. Esta Aurora de vultos sem nome é no fundo a história de todas as histórias românticas.
PS: E reparem no chame discreto do protagonista masculino. Interessante o Sr George O' Brien. O filme é de 1927.

Tuesday, October 18, 2005

Ceremony

This is why events unnerve me
They find it all, a different story
Notice whom for wheels are turning
Turn again and turn towards this time
All she ask's the strength to hold me
Then again the same old story
World will travel, oh so quickly
Travel first and lean towards this time.
Oh, I'll break them down, no mercy shown
Heaven knows, it's got to be this time
Watching her, these things she said
The times she cried, too frail to wake this time.
Oh I'll break them down, no mercy shown
Heaven knows, it's got to be this time
Avenues all lined with trees
Picture me and then you start watching
Watching forever, forever
Watching love grow, forever

Ceremony, New Order

Depois de se ter criado a pessoa do dia, voto criar a banda do dia. E a minha primeira escolha vai para uma banda que para mim é bastante pachanga, apesar de não o parecer há primeira vista.

Na ressaca de seriados

Pois é, a única e restante série visível da televisão portuguesa (para quem depende dos 4 malogrados canais) acabou! Agora só para o ano.
Bom, mas ficámos a saber qual o grande segredo de Maria Alice e que afinal a Dana é um rapaz. E para não variar, já está lançado novo mistério para deixar água na boca para a segunda série.
Enfim, por enquanto vamos ficando com saudades das manias da Bree, das manhas da Gabrielle, das asneiras da Susan, das investidas da Eddie e das confusões da Lynette.
E fazendo também referência a uma outra excelente série mas menos pachanga na sua natureza, Lost de seu nome, que também só volta à RTP para o ano, posso desvendar que nos primeiros episódios há poucas explicações e cada vez mais testes à sobrevivência e convivência entre as personagens. Tens razão Gonçalo, não havia tão boa desde o Twin Peaks.
Raio de país aquele, que tão de bom tem como de mal.
Beijos gente.
Este foi um post incluido na série Seriados de Ouro. A não perder a próxima colaboração sob o tema Filmes Cadáveres sobre Cádaveres com Cabelos Bonitos, Bonitos como o Rob Lowe ou a Jenniffer Lopez em filmes dançantes como o Selena

Desesperadamente à procura de Joana


Nesta precisa morada http://www.comune.torino.it/telecamera/ podemos aceder a web cameras que nos dão imagens a cada cinco ou dez minutos da cidade de Torino, aka, Trieste, morada presente da nossa Joaninha.
Um dia quizá vai leve e contente a nossa piquena, em zig zags depois de uma festarola de miúdos erasmados, passeando por uma piazza na sua caminhada para casa, sem imaginar que pode estar a ser captada por estes aparelhos do demo.
Ciao Joana e cuidado que eles andem aí.

Sunday, October 16, 2005

Será que vou encontrar o Hugh?

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Notting Hill, London

Friday, October 14, 2005

Há noites assim

Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca sangras quando sofres
Guardas a dor dentro do cofre

Se alguem decifra o segredo
E se pica no teu ferrão azedo
Tu lambes-lhe o sangue do dedo
Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca ficas transparente
És daquela raçaa tão rara
Que tem no olhar o gelo quente

Se alguém te atinge o coração
Aguentas o baque
De frente
E sentes uma oscilação

Defendes-te com uma paixão competente
E encarnas tão impunemente
A pele de um animal de sangue quente
Que ama a sangue frio

Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca ficas transparente
És daquela raça tão rara
Que tem no olhar o gelo quente
Gelo quente
Quente e frio

Sangue Frio, Clã
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Thursday, October 13, 2005

É pena, não há Pitcairn...

Descobri, há pouco tempo, o vil submundo do hi5, uma coisa terrivelmente engraçada e assustadora, respectivamente. É verdade, sou uma daquelas pessoas felizes que aparece mal entramos no “portal da amizade”, com fotos de alegres bebedeiras e de pessoas em bikinis ou com amigos numa praia ao entardecer. Algumas ainda me enterneceram...
No entanto, explorando todas as possibilidades que aquele fantástico local virtual me oferecia, decidi FIND PEOPLE, na esperança de encontrar aquele senhor que uma vez me deu o lugar no metro ou a jovem que conheci numa viagem de autocarro Madrid- Lisboa. Com esta acção inconsciente, não sabia eu, estar a descobrir um dos hobbies mais tenebrosos e viciantes da minha pacata vida. Ao clicar, como se não houvesse amanhã, descobri que posso encontrar pessoas de quase todos os países do mundo. Sim, as pessoas do Djibouti (cerca de 12 pessoas registadas no hi5), lá estavam, com belos sorrisos estampados nos rostos. Depois veio a Samoa Americana. E depois o Togo. E depois Saint Kitts and Nevins. “Mais, quero mais”, pensei eu, sequiosa de satisfazer a minha curiosidade mórbida pelos habitantes de países como Tuvalu, Belize ou Benin. Kirguistão, Palau, há tanto para descobrir... Gosto. Mas está a dar cabo da minha pouca produtividade...

Tuesday, October 11, 2005

Algumas coisas...

...que mudaram, desde que fomos trocadas, pela nossa amiga Joaninha, por pizzas com pepperoni, marcas conhecidas e imitações farsolas de marcas conhecidas e gajos com beleza e charme acima da média (-És uma fácil, uma vendida!!):
- O telemóvel da Inês toca consideravelmente menos...
- Não se ouve falar de tunas, pelos menos não tanto como era costume...não há ninguém para se chibar e/ou contar as novidades tunísticas...
- A Inês deixou de fumar, numa medida drástica para poupar dinheiro para a viagem (mal sabe ela que eu ando a fazer olhinhos ao mealheiro dela...afinal, vou ter uma casa para pagar!...)
- Menos uma viola anã, à solta por esses festivais "afora"...e por essas terrinhas "adentro"...
- Não temos que ir à igreja de...(não se sabe muito bem onde), para ver os jovens e as crianças a fazer.... (não se sabe muito bem o quê), nem ter encontros imediatos com "pessoas cadáveres" que também lá estão...(e não se sabe porquê).
- Por último, mas talvez a coisa mais importante, os nossos amigos voltaram a reparar em nós...!!! É verdade, sem a concorrência das "Joanonas", talvez haja uma hipótese para nós!!! Tudo é possível! Não desesperem amigas, "ouvi dezer" que a gaija fica por lá uns tempos... Preparem os vossos tops... vamos arrasar no Verão!!!

Saturday, October 08, 2005

Se fosse mulher, era pachanga

Se este senhor fosse mulher, era pachanga. Porquê?? Reparem na classe deste homem, na expressão refinada, nos filmes que já fez. O homem fez de Mr. Darcy... e quem não tem ou teve um darcy na vida??

Image hosted by Photobucket.com Colin Firth

Friday, October 07, 2005

O homem da motoserra- parte II

Ele já não trabalha cá. O homem, que em tempos, me aterrorizava os dias de trabalho, partiu para outra, foi à procura de uma vida melhor. Deixou a motoserra e foi em busca da felicidade motorizada para outra freguesia. Acho que no fundo, bem no fundo, vou sentir a falta dele... É que os meus dias ganhavam suspense e adrenalina, cada vez que ele entrava pela porta da redacção...

Thursday, October 06, 2005

O vibrador

Hoje tomei contacto, pela primeira vez na minha vida, com um vibrador. Sim, um massajador facial, uma borboleta vibratória, uma chamego para a cenaita. É estranho e não tem qualquer espécie de apelo sexual. Para além disso o modelo que os meus colegas escolheram para oferta é de pequeno porte, um tipo de micro pénis de cor prateada, com uma superfície rugosa, que pelo que me disseram "serve para estmular mais a zona vaginal e proporcionar assim mais prazer". Não sei se assim será e não sei se o experimentarei. Quem está em primeiro???
As inscrições estão abertas...

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Wednesday, October 05, 2005

Para quem não sabe o que é amor...

You don’t know what love is
Until you’ve learned the meaning of the blues
Until you’ve loved a love you had to loose
You don’t know what love is

You don’t know how lips hurt
Until you’ve kissed and had to pay the cost
Until you’ve flipped you’re heart and you have lost
You don’t know what love is

Do you know how lost hearts fear
The thought of reminiscing
And how lips tasting of tears
Loose the taste for kissing

You don’t know how hearts yearn
For love that cannot live yet never dies
Until you’ve faced each dawn with sleepless eyes
How could you know what love is

Chet Baker, Sing

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Tuesday, October 04, 2005

É oficial!

É oficial. I'm off to London, como dizem os estrangeiros. Vou espalhar a palavra da pachanga entre as badalhocas das inglesas e fazer compras no Harrod's e fazer outras merdas tipícas de Londres. Ou não. Para além do grande prazer que é visitar a metrópole britânica vou ter contacto com espécimes da nossa casta, vulgo portuguesa emigrante.

Prometo trazer muffins daquele supermercado super conhecido que eu agora não me lembro do nome para todas. Ah, e cada vez que comer um scone vou dar 3 peidos, em honra de uma amiga com dotes culinários very british...

Saturday, October 01, 2005

O que eu me fui lembrar...

Ontem, em animada converseta com amiga Pacharita, veio-me à memória uma película, que pensava ter esquecido. Está bem que o filme é de 1990, e nessa altura eu era ainda uma pré adolescente, o que não faz com que eu tenha, gravado na minha parva e parca memória o senhor Johnny Depp, para aí com uns vinte aninhos, depois da JUMP STREET 21. Cry Baby de seu nome, este filme era uma paródia ao Grease, não sei se genial, se extremamente parva (como já disse tinha 10 anos), não sei se era tremendamente mau, que se torna bom, ou se era mesmo bom e eu na altura estava mais interessada de ver o Johnny Depp todo rockabilly.
O facto é que fiquei louca quando me lembrei disto e dava um dia de trabalho para voltar a ver este filme...

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Jovem e foleiro, com pinta e com MUITA PINTA.