Monday, April 21, 2008

Mais um...

Se fosse uma personagem do Sexo e a Cidade, qual seria??

Divirtam-se ;)

Thursday, April 17, 2008

Vidas


Hoje, só hoje, descobri que existe uma agência de viagens que tem um programa chamado Escapadela Luxuosa Sexo e a Cidade.

Ora o que a boa da agência propõe são quatro dias a viver como as quatro meninas da série. Cada dia dedicada a uma delas se essa for a vontade da cliente.

A coisa começa logo no aeroporto onde te oferecem uma mala e um colar iguais ao que a Sarah Jessica usa em tantos epis. Aquele bonito que diz Love ou faço bons blow jobs, ou que raio é. Depois dão-te para a mão vales de compras para lojinhas como a Saks Fifth Avenue, Bergdorf ou my personal favourite Jimmy Choo.

Ainda estamos no táxi. Aliás, estamos num automóvel de luxo a bebericar champagne e a receber tratamento completo de manicure e pedicure. O hotel dizem eles que é à escolha, entre eles claro o Plaza Athené, onde Carrie reencontra Big no último episódio, só que em Paris. Os restaurantes andam pelo Balthazar e o Pastis, que são franceses também. Pela fresca da noite, vais abanar o corpil para o Bungalow 8, ou outros do género. Onde aposto que não te servem uma mini de sagres mas pronto.

Agora a parte boa. O preço? EHEHEHHE!!! É um pequeno carrito. 15 000 deles. Diz a notícia que o primeiro tour está esgotado. Entre 23 e 28 de Maio um grupo de doze privilegiadas, a quem desde já vou chamar prostitutas, vão até a City mesmo a tempo de assistir à ante-estreia do filme, no dia 27. Curiosamente a primeira cliente é de Singapura onde a série é proibida.

Para os homens há o pacote Mr. Big, que promete de tudo menos as dimensões que o nome sugere.

Como diria o falecido Pessa. E esta ah?

Esta seria uma boa frase para me ir embora, mas tudo isto fez-me imaginar o que seria criar viagens parecidas mas segundo o imaginário nacional. Já estou a ver, o pacote Escapadela Lavadinha, baseado no filme A Aldeia da Roupa Branca, onde as sortudas iriam uma semana para a Moimenta da Beira, com tratamento exclusivo de manicure versão frieiras, e doses intensivas de hormonas para o crescimento rápido de um pequeno buço. Ou então, o pacote Escapadela Shopping, onde tudo começa com uma ida ao cabeleireiro de onde se sai com um pequeno animal morto na cabeça e unhas de gel, seguida de viagem de mercedes até ao outlet mais exclusivo, com oferta de malas a dizer Calvine Kleine e almoço e jantar incluído em cadeias de francháise de restaurantes que metem Grill, Co ou Steak no nome. À noite claro não faltará claro o pezinho de dança no Indochina. Um caso a pensar não é?

Friday, April 04, 2008

L'hommage (apesar do gajo ainda tar vivo)

Amigas, vou aqui roubar uma hommagezinha ao nosso Patrick num blog vizinho. Vejam lá.

Wednesday, April 02, 2008

Gente aborrecida

Raras vezes dou-me ao trabalho de juntar o dia a dia do meu trabalho com a causa pachanga. E olhem que possibilidades as há.

Fazer jornalismo sobre música tem logo à partida uma condição que afasta essa ideia geral de que é um trabalho fácil sobre uma coisa que se gosta. É ter que conhecer ou falar com muitas pessoas que nos habituámos a admirar à distância. Correndo o risco de tocar os píncaros da prepotência, confesso que a maior parte das vezes levas em cima com um belo balde cheio de desilusão.

Como confessa fã de músicos tenho que dizer que a maior parte são uns chatos do caraças. Curioso que as melhores surpresas venham com aquela malta que faz ... como hei-de dizer isto... música de merda. A maior parte são simpáticos e acessíveis. Quase como se quisessem compensar a óbvia falta de talento. Pois é tudo muito bonito, mas não apaga o facto de fazeres... música de cócó.

Os que em escuta mostram talento, apareceram-me, na minha parca experiência, de variadas maneiras: a) com uma ressaca do tamanho da Rússia nos cornos, b) com uma tola do tamanho da Austrália no sistema central, c) com um pau enfiado até ao lóbulo frontal, d) a comprar fruta ou outra actividade neutra aparentemente mais interessante do que responder a questões sobre a TUA MÚSICA e e) chamas-te Peter Murphy e dás um banho de profissionalismo aos outros todos.

E tudo isto até se suporta bem é verdade. Os que me chateiam mesmo são aqueles que fazem música nem boa nem má, que se formos a ver, talvez seja ainda pior do que fazer música terrível. Os que me calharam têm sempre aquela atitude de falsa modéstia/rock star do bairro que não se leva muito a sério mas julga que é o maior porque toca umas notinhas que o levam a dar umas voltinhas por aí. Ilra!

Dito isto, acho que a raça dos músicos devia ser estudada pela Antropologia. Até participo indicando algumas possíveis denominações.

1. Rockdofodidolopiteco - homem algo rude e corpolento, na maior parte das vezes com uma pança de cerveja, que faz música tida metaleira. Veste-se de preto e por vezes ganga. Também é comum a chamada guedelha, com entradas porque já estão bem metidos nos trintas e quarentas. Responde às perguntas com pelo menos um terço de interjeições incompreensíveis. Sempre, mas sempre, faz o melhor Rock N' Roll que alguma vez existiu na história. Pouca gente sabe disto, mas chora que nem um bébe cada vez que vê o "Diário da Nossa Paixão".

2. Rockalgoroto-magnon - miúdos que começaram a fazer música aos seis anos cientes que os Linkin Park são a, a melhor banda de sempre. Hoje, nos vintes, vestem-se de preto, com riscas, afirmam que os Linkin Park equivalem a cóco e são quase todos EMO ( leia-se, sou parvo/a, mesmo estúpido, não tenho ideais de vida além de estar e ser triste e gosto de rock roto, cantado por miúdos que ainda não mudaram a voz). Não respondem a perguntas sobre os álbuns que não sejam o que acabaram de editar porque já passou muito tempo e eles já não são os mesmos que eram. Tipo há seis meses atrás.

3. Homem de Indiedertal - estes dividem-se em duas espécies: independentes e alternativos. Não permitem confusões uns entre os outros, apesar de falarem a mesma língua e viverem na mesma área. O guro dos independentes é um tipo chamado Trent Reznor. Já o dos alternativos varia conforme as estações do ano, entre os deuses Pixies, Nirvana, Radiohead e Sonic Youth. Usam ténis estragados que lhes custaram uma nota preta já estragados. As calças estão sempre bem abaixo do nível da cintura. Por vezes, são vistos a usar barrete. Falam baixo e sempre a olhar para o infinito. Não se chateiam se a sua música vende pouco, porque foi feita para ser ouvida precisamente apenas por dois ou três gajos.

4. Poperectus - estes tipos ou tipas são geralmente gente muito contente com a vida. A falta de talento sai-lhes pelos poros mas não se importam com isso. Normalmente também não dizem nada de jeito, mas estão sempre nas notícias. Tendencialmente até são bonitos e bonitas, lá por baixo das camadas de tratamento. Não de roupa, que no geral é pouca e arejada. São de forma natural os que vendem mais.

5. Folkanthropus - também divididos em duas correntes, os borings e os muito borings, estes defensores da simplicidade usam a guitarra como cama e a voz como barbitúrico. Gente poeta pois claro, nem eles próprios conseguem explicar a tendência para o falsete nos homens e para a voz grossa nas mulheres. Correm rumores da existência de alguma endogamia o que talvez explique o fenómeno. Em tempos expulsaram com certa agressividade verbal, chegaram a ouvir-se uns «Vai-te embora oh malandro», todos os descendentes da troca do cruzamento entre uma folkie e um banjo, o que deu origem à espécie seguinte.

6. Australocountrycos - descendentes dos Folkanthropus e dos banjos do Wyoming, esta é a espécie mais comunitária de todas as faladas. Fazem tudo em colectivo. Dançam coordenados em linha. Apresentam-se em bandas apenas com familiares. São uma pequena aldeia, pelo menos, em palco e raras vezes cantam sozinhos. Vestem animais mortos e usam sempre chapéu e botas, mesmo enquanto se reproduzem.

7. Hiphopilecos - de tez normalmente escura, estes amigos falam sempre em rima e com palavrões. As mulheres têm sempre rabos do tamanho de pequenos planetas e gostam de se roçar em carros de luxo. Os homens usam correntes de ouro, brincos e têm má higiéne dental. A roupa nas fêmeas está sempre dois números abaixo, nos machos uns três acima. Apesar de não usarem um único instrumento real, vendem às carradas. Deve ser por causa dos palavrões.