Wednesday, May 04, 2005

As memórias de criança

Muitas vezes, em conversas de café, damos por nós a falar da nossa infância. Esse é o primeiro sinal de que estamos a ficar velhas, que os tempo de infância feliz já lá vão... Falo por mim, na minha infância a televisão, os livros de banda desenhada tinham uma magia que me levava para os quatro cantos do mundo e me fazia sonhar...
Decidi fazer uma pequena busca nas minhas memórias e nas músicas que insistem em permanecer nas nossas cabeçinhas adultas...

1. A TURMA DA MÔNICA
Eu era grande fã dos livrinhos da turma da Mônica. Até hoje, quando me aparece esse precioso produto brasileiro, não resisito e faço uma visita ao Cascão, Cebolinha, Magali e Companhia. Para matar saudades da "golducha dentuça" e do seu coelhinho Sansão...

turma da monica

Continuando pelas ruas povoadas de uma memória semi destruída pelos anos de faculdade encontro uma música que ainda hoje cantarolo no banho...

Era uma vez os três
Os famosos moscãoteiros
Do pequeno Dartacão
São bons companheiros

Os melhores amigos são
Os três moscãoteiros
Quando em aventuras vão
São sempre os primeiros

Quando eles vão combater
Já não há rival algum
O seu lema é um por todos
E todos por um

O amor da Julieta
É o Dartacão
E ela é a predilecta
Do seu Coração

Dartacão, Dartacão
Correndo grandes perigos
Dartacão, Dartacão
Persegues os bandidos
Dartacão, Dartacão
E os três moscãoteiros
Longe vão chegar...


Dartacão, Dartacão
És tu e os teus amigos
Dartacão, Dartacão
Em jogos divertidos
Dartacão, Dartacão
Vocês são moscãoteiros
A lutar...

Como gostava de Julieta, Dartacão, Milady, Rechelieu, Atos, Porthos e Aramis... Um por todos e todos por um...

Andamos mais um pouco e deparamo-nos com o expoente máximo do pé descalço, o Senhor Tom Sawyer. Quem não se lembra deste rapaz, do amigo vagabundo, da família desnorteada e do irmãozinho Cid...
Cantemos irmãs!

Vês passar o barco rumando p’ró o sul
Brincando na proa gostavas de estar
Voa lá no alto, por cima de ti
um grande falcão, és o rei és feliz
E quando tu vês o Mississipi
tu saltas pela ponte e voas com a mente
Corre agora corre e te esconderás
entre aquelas plantas ou te molharás
E sonharás que és um pirata
tu sobre uma fragata
e sempre à frente de um bom grupo
de raparigas e rapazes
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer
junto ao rio a passear, Tom Sawyer
mil amigos deixarás, aqui, além…
Lalallala

Uma memória espanhola (especialmente para as moças vilarealenses de santo antónio)
verano azul

O horror, a tragédia, o drama... Vários anos mais tarde, depois de trautear durante épocas da minha vida a música do genérico da Abelha maia e até a música do Villy (o namorado gay da Maia), descubro que a senhora que cantava a música em tom puro e casto é nada mais nada menos que Ágata, a mãe solteira que já não sente dor. Eis o pedaço de bela literatura que encontrei no magnífico suporte cibernético

Ágata diz: SE NÃO FOSSE CANTORA, SERIA OBSTETRA
Sérgio Lemos no Correio da Manhã

A ‘mãe solteira’ anda a cantar há 30 anos. Longe vão as Cocktail e a canção da Abelha Maia. A nova Ágata é mística, tem poder de cura e estaminé de reiki aberto em Chaves. Mas continua a subir ao palco e a gravar CD. O último é duplo e chama-se ‘O Meu Pequeno Fado’. Já está à venda.

Entre a Fernanda de Sousa, a voz da Abelha Maia, e a Ágata de hoje, o que é que mudou?

O tempo aperfeiçoa-nos e deixa-nos mais conscientes do que fizemos e daquilo que ainda temos por fazer. Resta-nos pedir saúde e paz de espírito para podermos concretizar os nossos desejos.

Mas lembra-se das gravações da Abelha Maia?

Sim. Ainda hoje há cassetes VHS e livros com a série. Eu cantei o tema principal do Tozé Brito.

E dobrava também a voz?

Não, a voz era dos actores com imensa pena minha. Eu só era a voz da Abelha Maia quando ela cantava.

Ainda consegue trautear essa música?

Sim. ‘Lá num país cheio de cor / Nasceu um dia uma abelha / tão conhecida pela amizade / pela alegria e pela bondade / Todos lhe chamam a pequena abelha Maia’.

Last but not least, que este post já vai longo, o ex libris das crianças inteligentes: Os amigos de Gaspar. A verdade é que eu nem era assim tão pequena, mas gostava tanto daquelas personagens em feltro, com cabelos esquisitos e músicas de intervenção que eu, na altura, não fazia a amínima o que era.
Mais um pedaço de boa poesia pelos senhores Sérgio Godinho e Jorge Constante Pereira 


Vale a pena ver
castelos no mar alto
Vale a pena dar o salto
pra dentro do barco
rumo à maravilha
e pé ante pé desembarcar na ilha
Pássaros com cores que nunca vi
que o arco-íris queria para si
eu vi
o que quis ver afinal

É tão bom uma amizade assim
Ai, faz tão bem saber com quem contar
Eu quero ir ver quem em quer assim
É bom pra mim e é bom pra quem tão bem me que

Vale a pena ver
o mundo aqui do alto
vale a pena dar o salto
Daqui vê-se tudo
às mil maravilhas
na terra as montanhas e o mar as ilhas
Queremos ir à lua mas voltar
convém dar a curva
sem se derrapar
na avenida do luar

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