Thursday, January 19, 2006

Celulite e Lantejoulas, a mistura explosiva

Nunca tinha visto tão de perto tantos rabos celulitosos. No meu próprio traseiro coabitam já alguns focos da malfadada “casca de laranja”, mas o facto é que não passo muito tempo a olhar para ele, visto ser-me difícil, pela questão física de não ter olhos na parte de trás de meu crânio. Por outro lado tento não olhar para que as lágrimas não me corram pelo rosto, relembrando o outrora firme traseiro que possui quando adolescente.

Ontem fui a uma festinha do sucesso, no âmbito da BTL, para a região de turismo da Madeira. E porque é que tive de ir a esse frete? Porque o homem que me dá amor assim mo pediu. Ok, eu vou.
Chegada ao local, vislumbrei os habitués das revistas cor de rosa, os so called VIPS, que estavam todos numa bicha, esfaimados, desejosos de dar a dentada no peito de pato e nos canapés (algo requiticos) da festa. Para culminar a festa (pensei eu), uma passagem de modelos de vestidos de noivas de estilistas madeirenses teve lugar na passerelle no meio da sala. Foi ver a Luísa e o Simão dos Morangos com Açúcar, a Soraia ( a evil sister) e mais uns quantos modelitos famosos a passear com aquele ar sorridente de quem acabou de mandar três peidos e está agora satisfeito.
De repente, tudo muda. O “My first, my last, my everything” de Barry White deu lugar ao bailinho da Madeira em versão samba e pouco subtilmente, a sala foi invadida por dezenas de mulheres (?) e algumas espécies de homens, que envergavam trajes de lantejoulas rosa choque e bolos de pequeno porte nas cabeças. A minha alma ficou abismada com tal actuação, porque haviam uns seres que eu não consegui discernir a que sexo pertenciam, que insistiam em abanar freneticamente as suas nádegas, num compasso quaternário e espalhar a imagem de uma celulite mesclada com a lantejoula, embalada num fio dental digno de qualquer marca de dentífrico. Depois daquele espectáculo os canapés que tinha ingerido ficaram também eles chocados dentro de meu estômago. A sorte é que no meio da vipalhada light andavam pessoas como nós, também chocadas com o vil espectáculo. Maior sorte ainda foi haver poncha, que me fez esquecer aquela imagem e dormir na paz do Senhor.

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