Sensibilidade e Bom Senso VS Orgulho e Preconceito
Será a Margarida Rebelo Pinto a Jane Austen dos tempos modernos? Serão uma única e a mesma pessoa?
Aparentemente, Jane Austen terá a capacidade de se autoplagiar de um romance para outro... pelo menos se seguirmos as adaptações para cinema das suas obras "Sensibilidade e Bom Senso" e "Orgulho e Preconceito":
-as protagonistas são invariavelmente irmãs;
-uma delas mais ajuizada e contida nas suas emoções (normalmente a mais velha); a outra a atirar para a libertinagem;
-o enredo passa obrigatoriamente pela história das suas paixões impossíveis por homens impossíveis: seja devido a diferenças de status entre as famílias, ou à existência de compromissos e noivados anteriores que os protagonistas masculinos assumiram, ainda que não se lembrem muito bem quando (nessa altura era tudo gente de palavra, portanto!!)
-há sempre uma altura em que elas, descompostas e desgrenhadas de andarem a correr pelos campos verdejantes, recebem a visita inesperada dos seus amados e o cómico de situação passa por se arranjarem à pressa e fingirem que estão languidamente dedicadas aos seus lavores femininos (piano, literatura e bordados!);
-os homens usam todos "ceroilas" mas têm um charme e uma dentição acima do comum dos mortais;
-previsivelmente, quase todas elas acabam casadas com o homem desejado.
Mais... que raio de títulos!!! Títulos compostos sempre por duas palavras...
Ok, a época era outra... usavam coifas na cabeça e para dizerem "amo-te" andavam com florzinhas e rodriguinhos do tipo: "fico assaz ruborizada quando se aproxima de mim"; "tenho-o em alta estima e consideração".
Imagino que para a senhora, apenas "Bom Senso" não traduziria o casamento de Marianne Dashwood com o coronel Brandon; ou que "Orgulho" não expressava suficientemente bem a impossibilidade de Elizabeth Bennet amar Mr. Darcy...
O que me leva a concluir que, se hoje estivesse entre nós, Jane teria lançado um best-seller com o nome de.... "Jocosidade e Condescendência".
Depois de ver "Orgulho e Preconceito", "Sensibilidade e Bom Senso" será certamente uma desilusão... como diria uma amiga, os cowboys gays de Brokeback Mountain têm mais química que alguns pares que surgem no grande ecrã... Hugh Grant e Emma Thompson serão disso um belo exemplo... não senti amor no ar, nada, zero!!
Mas, eis que surge Alan Rickman na pele de coronel Brandon (personagem secundária, é certo) e o meu coração começou a bater assaz depressa. Trocava todos os Mr. Darcys das adaptações televisivas e cinematográficas do mundo por Alan Rickman.
A voz, o charme, o "beicinho" e até as mãos do senhor.
Ruborizei, rendi-me às evidências... e apaixonei-me!
Tem quase 60 anos, mas isso não interessa nada...
Quero o Alan Rickman a recitar-me Shakespeare ao pequeno-almoço; quero o Alan Rickman a dar-me canja de galinha quando eu estiver doente; quero o Alan Rickman a dizer para não me esquecer dos Trifene em cima do frigorífico; quero o Alan Rickman a acordar ao meu lado cheio de remelas e a dizer-me "Bom Dia!"... Será pedir muito?!?
Ouçam e chorem por mais...
Alan Rickman Sound Gallery
3 Comments:
Tu falas assim porque nunca viste o MR. Darcy na série, a sair daquele lago, envergando a ceroula. Qual voz... Até podia ter a voz do Mogais Sagmento e cuspir-se todo a falar...
minhas queridas é com grande orgulho que vos visito! Homenagem em www.o-sabor-da-cereja.blogspot.com
Cara Pachanxoila, concordo em absoluto... acho-o um escocês muitíssimo interessante, com uma voz de ouvir em loop.
talvez se lembre que o Alan tem também dotes de dançarino. não tão fulgrais quanto o jovem Patrick no Dirty Dancing, mas infinitamente mais sensual, com aquele olhar intenso tão típico...
envio-lhe uma ligação :o)
http://www.youtube.com/watch?v=9p7oclLNQ7k&search=texas%20in%20demand
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