Wednesday, February 14, 2007

Depois dos carros e do gólf, as sex shops


A vida de jornalista é assim. Num dia estamos no meio da elite golfística, no dia seguinte estamos a carregar vibradores para o gabinete de uma gajo chamado Tony. Pois é, hoje tive uma nova experiência, amigas. Passei parte da manhã e da tarde enfiada numa sex shop ali para os lados da Praça do Chile, onde questionei o proprietário sobre os objectos mais vendidos, os vibradores mais pretendidos, os aneis para o pénis que mais têm saído e as borboletas e joaninhas vibratórias que o gajedo anda para aí a comprar, como se não houvesse amanhã.

Posso dizer-vos, desde já, que o anel vibratório durex vende que nem pãezinhos quentes e que um vibrador que parece mesmo pele humana (sim, eu toquei, depois de muita insistência do Tony), custa à volta de 85 euros.

mas o mais engraçado da experiência foi mesmo descobrir que as pessoas que entram numa sex shop não são aqueles homens de óculos fundo de garrafa e de gabardine, apesar de ter avistado um destes espécimes. A maior parte dos clientes destas lojas são mulheres. Como nós. Jovens, com bom aspecto e à espera de encontrar um princípe encantado, mesmo que ele seja de látex.

Confesso que me questionei para que serviriam grande parte daqueles acessórios, mas confesso também que me senti tentada a roubar um dos tais anéis vibratórios de estimulação clitoriana. (acho que é a primeira vez que escrevo clitoriana!! Yupiiii! Emancipação, deboche!!!) Mas o meu bom senso imperou e acabei por me vir embora de mãos a abanar.

É engraçado como eu penso ser mais liberal do que realmente sou. Enquanto o Tony me explicava os gadjets que tinha para a masturbação masculina, entre os quais um saco de plastico amarelo que se enche de água quente e que simula uma vagina, dei comigo a ficar incomodada com um tema tão natural como a nossa sede: o sexo. Dei por mim a fazer aquele ar blasé de quem domina as novas correntes sexuais e de quem acha que é perfeitamente normal enfiar umas bolinhas chinesas naquele local onde o sol não entra. Dei por mim a dizer coisas como "e então os clistéres, são muito populares em Portugal????" ou "e produtos bondage, há por aí par a gente ver?". Acho que disfarcei bem a minha inexperiência com os sex toys e passei por uma mulher esclarecida. Os próximos capítulos prometem. Amanhã vou falar com um casal de swingers e à noite vou a um restaurante onde os empregados andam semi-nus. Nasceu Pacharina, a nova repórter do submundo pachanga do sexo.

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