Incursão no mundo automóvel
As apresentações de carros eram, até ontem, um mundo que desconhecia e que considerava estar longe da minha realidade pachanga. Mas a profissão assim me obrigou e lá fui eu, de pochette e bloco em riste para a maravilhosa cidade de Barcelona, ávida pela informação sobre o último motor com VVTi e novidades do sector automóvel.
A minha primeira impressão desse mundo foi intimidante. Chegada ao aeroporto da Portela, era a única mulher a embarcar na comitiva. A approach foi complicada, pois como está escrito no meu signo da Maria desta semana, "as balanças são mulheres que têm medo de se afirmarem pelo exterior, sob pena de parecerem fúteis." Assim, analisei rapidamente o gajedo que faz este tipo de jornalismo e cheguei a várias conclusões:
- Afinal havia uma mulher no meio da comitiva, que dominava a arte da oratória sobre a perfomance do 1400 a gasolina e da caixa automática
- Há um grupo de homens que à primeira vista são grunhos e cujo objectivo de vida é mergulhar numa piscina de whisky
-no sector automóvel existem nerds, que são os gajos que percebem mais daquilo e que toda a vida sonharam escrever sobre carros
As apresentações consistem em comes e bebes em bons hotéis, test drives, conferências de imprensa intermináveis dadas por japoneses e converseta, sem esquecer o ex-libris, o bar aberto no hotel, que proporcinou momentos felizes à je, só pelo facto dessas duas palavrinhas estarem juntas. BAR+ABERTO= mecanismo psicológico que faz as pessoas felizes apenas por haver coisas de borla.
Pronto, continuemos. A conferência de imprensa interminável dada por japoneses foi um dos momentos mais hilariantes, já que o senhor Yamamoto san Yokosuna, de inglês percebia tanto como eu de sueco. As palavras "impotent", quando o senhor queria dizer important ou mesmo "grassruf", quando o senhor queria dizer glass roof, criaram em mim uma vontade gigantesca de colocar aquela apresentação no YouTube (ou no sapo vídeos...). Com grande pena, não possuia câmara nem gravador e o plano caiu por terra.
Depois da apresentação e 40 bocejos mais tarde, decidi ir até ao meu quarto, no hotel supermoderno-chique-design-muitoàfrente-criadoporumarquitectoqualquerconhecido. Chegada à habitación, lá estava ele, em cima da cama. Não, não era um africano espadaúdo que se preparava para me massajar (queriam, não era?). Era uma prenda oferecida pela marca, que parece ser uma prática comum. (há quem tenha ganho nespressos e ipods). Era um mp3 da sony, mas daqueles mais ranhosos. Mas a cavalo dado...
Os tests drives são giros, já que podemos conduzir como se não houvesse amanhã, plo meio das paisagens catalãs. Vamos aos pares e dividimos os percursos. A verdade é que numa das vezes adormeci na metade em que ía à pendura. Paciência. Acho que não fui talhada para a função.
De volta a Lisboa e cansada de tanta testosterona latente, entrei no taxi. Era ele. Jack Nicholson em pessoa. Não, não era, mas era um taxista muito parecido com ele. Fui transportada para casa por um gajo parecido com o Jack Nicholson.
Para melhorar o andamento da coisa e enriquecer mais o meu cv de coisas parvas, para o próximo fim de semana rumo ao Algarve para uma treta de um torneio de golfe qualquer. Darei notícias logo que possível. Depois dos carros, o gólf, como dizem alguns. Aii, e eu com este handicap que é uma vergonha...
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