Friday, November 16, 2007

Tá frio, porra- um post geral sobre o tempo

Portugal, esse país tropical. Ainda me lembro quendo em Novembro o povo já andava de casaco forte e quente, envergando cachecóis e usando até gorros e boinas, esse acessório que Pachanxoila tanto gosta.

Aqui no gelado reino de Lyon-aux-aix-glace-sur-putain as temperaturas baixam até aos 4 graus negativos. Coisa pouca. Ir à rua (fazer o chichi matinal) é uma aventura. Sair sem protecçâo para a cabeça ou mãozinhas é a loucura. Beber jolas é um erro. Vinho é bom, aquece.

No entanto, ao disfrutar deste agradável frio, descobri que este tempo é a melhor coisa para nos mantermos em forma, à medida que os 30 se vão aproximando. Passo a explicar:

Primeiros, quando se anda mais de 15 minutos na rua, o único local que nâo podemos proteger, a face, recebe injecções de frio, o que a estica e a torna mais firme. Uma hora na rua equivale a um shot de botox. Bem mais barato e indolor. Quando chegei à minha hospedaria, tinha as faces rosadinhas e saudaveis e na minha cara nâo havia uma única ruga de expressão. A Bonnie é que não sabe disto, senão trocava os Algraves pla Sibéria.

Segundos, como faz um frio du catane (francês), o povo tem a mania de andar mais depressa, que é para ver se aquece. Assim, em vez das 240 calorias por hora que gastamos a caminhar, queimamos o dobro, porque vamos com fogo (ou gelo) no cú.

Terceiros, esqueçam as esplanadas que no verão albergavam os transeuntes. Agora ta tudo encafuado dentro de cafés e bares (onde a temperatura se assemelha àquilo que penso ser o inferno). Ou seja, arranjar lugar numa mesa é impossible. Logo, o que é que a gente faz?? Vai pó quarto e não gasta dinheiro em copos e cafés, que por sinal custam o mesmo que 50 mil quilos de arroz enviados pla UNICEF para o Darfur.

Quartos, toda a gente é gorda. Não ha cá roupinha justinha e sexy. O povo cobre-se de edredons gigantes, o que tem o inconveniente de ocupar muito mais espaço no metro, por exemplo.

Quintos, posso usar gorro ou boina ou merdas para a cabeça sem parecer parva. Até porque os meus acessórios são coisas de bom gosto e nestas ruas vêem-se verdadeiras obras de arte transformadas em barretes. Um dia no autocarro, pareceu-me ter visto o Taj Mahal na cabeça de uma senhora idosa.

Há desvantagens, é certo, mas o optimismo nunca provocou pneumonias a ninguém.

1 Comments:

Blogger Pachanxoila said...

Eu até te emprestava umas 'ceroilas' minhas de flanela aos quadrados para aqueceres os olhitos e a cabeçorra...
Dizias que estavas a começar uma tendência retro com inspiração na Revolução Francesa e no movimento dos 'Sans-Coulottes' e com uma ligeira influência de Aná Sàlazárrê!!!
Mas, como já disse, não tenho cuecas lavadas...ahhh, putain!

18:49  

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