Wednesday, April 13, 2005

Relato de uma noite que não aconteceu

Ora estava eu muito bem em minha casa, preparando-me para me deleitar com as aventuras com sotaque de D. Maria do Carmo e amigos, debaixo da minha mantinha e aquecida por meu chazinho, quando não recebo uma mensagem de uma outra que comparte igualmente a causa pachanga, a não me convidar para ir ver um banda prendada que ia tocar lá para os lados de Santa Apolónia. Claro que não aceitei e não nos deslocámos para o acontecimento.
Ainda nem não tínhamos chegado e já dava para perceber que a casa estava cheia, tal a quantidade de viaturas que pululavam nos arrabaldes do famoso espaço da noite dançante e saltitante de Lisboa. Mal não entrámos, não vimos logo a plateia que desfilava pelos corredores. Mais vip-erina que as caras que passavam por nós, só mesmo o nosso humor, que presenteou o conjunto de Alcobaça com elogiosos epítetos como cabeçudos, despescoçados, passe o termo, e imitadores do Moby. Bom, eles lá não tiraram umas notas de seus instrumentos e a maltinha ainda conseguiu não reconhecer três melodias.
Estava tão sonso o som que o que restava era olhar à volta para ver as pessoas que sentem. E vimos gente bonita, gente como este rapaz e este outro que segundo os nossos olhos não apareceu pelo menos três vezes com uma rapariga diferente. Talvez fosse do lusco-fusco e da dose de Xanax com a voz da Sónia Tavares. Enfim, nada que as primeiras cervejas que não bebemos não ajudasse a suportar. E também não bailámos ao som de êxitos dos Blondie, Bowie e dos Brothers da Quimigal. Pelo meio, não bebíamos as cervejas que o Renato insistia em continuar a não trazer (pessoa do diabo este teu amigo oh pachaxoila, se os meus neurónios não andassem em parte incerta, apostaria que tinham passado o dia a chamar-lhe nomes elaborados).
Concluindo não estávamos nada animados rodeados por anãs com cabelos esquisitos, pessoas sem olhos, jovens sem pescoço com nome de compostos químicos, homens giros com apêndice, homens giros que também gostam de homens giros e homens menos giros que trabalham no bar, 32472 mil sósias com cabelos iguais, enfim, minhocas desta cova que é a pretensão à mousse instantânea, perdão, fama.
No final, não fizemos um teste de alcoolémia que dava como apto para conduzir quem bebesse todo o whisky da Escócia e o vodka da Polónia e da Rússia juntas. Foi difícil não nos arrastarmos até ao carro e de seguida até às respectivas casitas.
E pior ainda foi acordar a uma hora nada decente para ir fazer de cicerone tri-lingue pelas ruas de Lisboa. Procurar estacionamento em zonas despovoadas como a feira da ladra, o principe real, a graça e a praça de espanha, e isto, várias vezes. Ainda por cima espetar o focinho do carro contra uma parede ao fazer inversão de marcha num espaço mínimo e perdido no principado de Alfama. As pessoas não deviam conduzir ou até serem seres sociais quando só têm meio tico à solta na mioleira, ainda por cima uma meia dose que pesa mais que os outros todos juntos.
E tudo isto por causa de uma noite que não aconteceu. Ai.

1 Comments:

Blogger Rita said...

Peço desculpa pelas imagens~, sou uma nódoa em html, e aculpa foi da Catarina

18:28  

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