Toiros e duendes
Há uma coisa que eu não percebo. A fixação com os cavalos e os toiros. E olhem que eu sou da terra dos toiros e dos toureiros.
Ontem tive a grande oportunidade de estar a cobrir um grandioso acontecimento alenquerense, a Feira do Cavalo e do Vinho. O vinho era mau, muito mau, PALHACANA (se puderem, nunca bebam). O cavalo era do bom, daqueles de 4 patas e que saltam coisas e fazem demonstrações de obediência. Mas o ex- libris da noite apareceu com uma coisa chamada "O ferro da meia noite", que para elém de não ter sido à meia noite, consistia em espetar paus de madeira num pequeno bezerro, que fora lançado para a arena de uma praça de toiros desmontável. A minha primeira vontade, ao ver aquele espectáculo, foi desatar a correr nua pla praça, gritando AHHHHHHHHHHHHH, como é apanágio das pachangas. No entanto, refriei os meus ímpetos e compreendi que aquele certame em nada de ajustava à filosofia pachanga. Encontrei então, o único sítio onde não correrei nua, por uma questão de princípio.
Para além disso, estava extremamente desconfortável porque a senhora que estava sentada atrás de mim envergava umas botas de vaqueira, cujos bicos, de quando em vez, se cravavam nas minhas costas e zona rinzal, provocando agudas dore e sofrimento interminável.
Entre hurros e apupos dos locais, discretamente coloquei o meu fraco e débil corpo para fora daquelas instalações taurinas, praguejando (com classe) contra aquela turba que ali se juntou à volta de toiros, cavalos e pequenos homens de vermelho, que percebi mais tarde, serem forcados, em vez de duendes do pai natal.
1 Comments:
És genial, amiga.
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