Monday, February 20, 2006

Hérnia disc(al)

Odeio a Enya. É daquelas pessoas que estão no meu patamar de ódio profundo, ao lado dos Scorpions, do Michael Bolton e Kenny G e a nível nacional a Mafalda “cara de ervilha” Veiga e o Represas.
As músicas da Enya pretendem ser calmas e relaxantes, transportar as nossas mentes para lugares longínquos e bonitos, fazer esquecer o mundo cão em que vivemos. Comigo não funciona. Cada vez que oiço aquela voz em fade da senhora, aqueles instrumentais longos com sininhos, os meus nervos começam a contorcer-se, como um intestino depois de ingerir vários litros de cola e algumas embalagens de gelado de chocolate.
Tento não odiar, porque isso faz mal às energias e aos meus chakras, recentemente alinhados. Mas não me é possível conter todo o vernáculo por aquele ser vestido à Bruma de Avalon meets Nárnia. E depois há a questão do nome, que rapidamente nos leva a pronunciar Hérnia, em vez do nome do cadáver cantante.
Ontem foi a gota de água. Estava eu, num sofá, rodeada das bolachas de domingo à noite, enrolada na manta, fresca e fofa, a ver o Sweet November, quando de repente aparece a cançoneta da senhora. Naquela parte em que o Keanu anda perdido, sem saber o que fazer, porque gosta da Charlize, mas tem de tomar uma decisão que vai mudar a sua vida. A música estragou tudo. O filme tornou-se uma merda. É o chamado tira tesão, em bom português.
Imagino várias situações em que a Enya aparece e estraga tudo.

- Primeiro encontro: vamos a casa do date beber um copo, a coisa está a correr bem e ele diz: - queres ouvir uma musicazinha??. Nós respondemos: - Claro – na secreta esperança que ele ponha a tocar um jazzinho simpático ou mesmo uma coisa intensio erótica do tipo Underwater Love dos Smoke City.
Começa a tocar o Amarantine. Tudo vai por água abaixo. Mesmo que ele seja do tipo Clooney meets Alan Rickman voice, não há a mínima hipótese.

- Vamos conhecer a família do nosso mais que tudo: Durante o repasto, a irmã mais velha do nosso babe mete uma música, para dar ambiente e quebrar o gelo da reunião familiar. Enya lá aparece a sair das colunas da aprelhagem, ao que a irmã comenta: - Adoro Enya! Gostas???
Ao que nós respondemos, atrapalhadas: - Ah, pois…. Não é bem o meu estilo, mas é bom, tem uma voz bonita… É claro que por dentro estamos em conflito por termos dado o nosso aval positivo àquele pedaço de cantora, correndo o risco de levar com a Enya para o resto da vida, aquando dos jantares e almoços de família.

Muitas mais situações existem, mas agora não posso escrevê-las porque tenho de ir ali gravar o novo CD da Bonnie Tyler. Isso sim é música. Até já, amigos.

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