Wednesday, June 28, 2006

Pequena reflexão sobre o mundo em geral

Estava eu a ler um livro que me indicou a nossa Pachanga Junior, com o sugestivo título The Devil wears Prada, e eis que me bateu que nunca tínhamos encarado esta coisa da pachanguice de um ponto de vista sério. Já sei o que vão dizer, lá vem a Rita com as suas conclusões, bla, bla, bla, mas a verdade é que para mim, pachanga ou não, do que falamos é de atitudes perante a vida. Não sei se foi de todos aqueles livros que li, dos filmes que vi, ou das músicas que ouvi, provavelmente foi, mas a atitude sempre foi para mim umas das coisas mais definidoras das minha própria personalidade. E da dos outros como eu a entendia.
Hoje em dia, todo este discurso da imagem e da beleza, está intimamente associado com este conceito de atitude. Nunca, no pouco tempo que vivi, me pareceu a sociedade tão estereotipada e pronta a colocar tudo em pequenas e bem indicadas gavetas de comportamento. Não preciso ir mais longe, o próprio facto de ainda nos lembrarmos dum filme como o Dirty Dancing, é algo que faz muitas meninas da nossa idade arrepiarem-se em sinal de absoluta rejeição soltando pequenos gemidos como: “Ai que horror, que coisa tão pirosa”. Tudo isto porque não conseguem compreender que para nós pachangas, não se trata do facto de termos devorado o filme na nossa adolescência, mas sim, hoje, nos nossos vintes e muitos, admitir que ainda nos lembramos das falas com a mesma naturalidade com que dizemos que gostamos de batatas.

Vejamos, no nosso selecto grupo temos pessoas bastante diferentes entre si, que de uma maneira ou outra encontram traços em comum, e constróem algo a partir daí. Se formos comparar com as meninas de 15 anos de hoje em dia, facilmente perceberíamos que esta coisa das referências já passou claramente de moda. Pouco haverá em comum entre os betos, os freaks, os bla, os ble, os que for. A rapidez com que se esquecem gostos e hábitos hoje em dia, faz-me ter medo de que a sociedade em breve se torne num grande e irreversível boião cheio de ar. E mais ainda, que as pessoas aceitem esse facto com a mesma passividade com que se individam para comprar o telemóvel do centésimo grau ou o carro do sucesso.
E por incrível que pareça, não, eu não estou pessimista. Mas continuo e cada vez mais cínica. Porque essa é a única maneira de me conseguir afastar de toda esta loucura em que se transformou o mundo e continuar a viver neste estado de meio sorriso sem qualquer hipocrisia possível. E sempre sem deixar de ler os mesmos livros, ver os mesmos filmes e ouvir as mesmas músicas. Porque para mim, as referências são as melhores bases para continuar a andar para a frente. Que sorte a nossa de termos a certeza de que vamos poder continuar a falar das mesmas coisas sem nunca nos fartarmos delas. E como é engraçado encontrá-las também num livro escrito por alguém que vive muito distante. E não só em quilómetros como em realidades...

PS: Desculpem porque perdi o raciocínio a meio, eu entendo se acharem que não se percebe nada

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