(In)segurança Social ou vernáculo sem limites contra o Estado
Estive no inferno. Não tem chamas de vários metros nem homens chifrudos. Não está um calor dos diabos( passo o pleonasmo). Tem muita gente, senhas com números intermináveis, filas descordenadas e mulherzinhas histéricas que comem bolachas laxantes enquanto falam com cidadãos desprevenidos.
A segurança social, meus amigos, é o inferno na terra. É a maldição lançada pelas anciãs feiticeiras para com a população portuguesa. É a vingança divina contra merdas como a Inquisição, a colonização e a escravatura. Estamos a pagar, nos tempos modernos, pelos nossos erros históricos. Tou a ver um judeu na fogueira a amaldiçoar este país e a dizer que a gente nunca há-de ser nada e que havemos de ter o castigo que merecemos. Pois, esse castigo é o sistema de segurança social. Ou um escravo a mandar vir com o colono porque este lhe violou a filha, a mulher e a cadela e a praguejar contra o futuro da nação portuguesa. O futuro desta naçãozita é mesmo esperar e tirar senhas e esperar e depois tirar outra senha, para no fim perceber que afinal, ali não dá para dar entrada àqueles papéis. Ofícios, chamam eles, com aquele ar entendido. E olham-nos de lado por não sabermos usar toda aquele linguajar de quem escolheu uma carreira na função pública.
- Ó minha senhora, é a primeira vez que venho à segurança social e estou aqui porque quero pedir transferência do meu processo de desemprego para a Caixa de Jornalistas, disse eu. Tão simples quanto isto.
- Olhe, escreva uma carta, diz a senhora robusta de faces rosadas.
- Tem de ir lá depois e pedir o seu processo. Depois tem de enfiar o dedo no nariz e fazer uma dança parva com apenas um dos pés para que lhe possam transferir o dinheiro do subsidio de desemprego para a sua conta. Ah e tem de dizer o seu NIB em suomi, ao mesmo tempo que recita um poema de o'neill em morse. São ordens do governo, menina...
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