Thursday, July 24, 2008

Allons pompiers de la patrie

A revolução francesa podia ser uma coisa pachanga, não fosse francesa. Aquilo da miúda de seios desnudos entre um batalhão de homemzarrões empunhando armas, tomando bastilhas como se não houvesse amanhã, poderia ser considerada uma actividade pachanguenta. Not.

A 14 de Julho, França comemorou os bué (n me apetece fazer contas, aquilo foi em 1789) anos da dita revolução. Todo o povo sai à rua e emborca alcool e faz figuras parvas. Primeiro, este festejo é parvo, porque os franceses, em vez de festejarem a coisa de dia 13 para dia 14, não, festejam a 14 e no dia seguinte vão para os empregos a cheirar pior que a avenida de ceuta em dias de canícula.

Neste dia estava por aqui e tinha a noite livre. Com o incentivo de uma colega espanhola, lá fomos ao que ela dizia ser uma tradição do 14 de julho: um baile dos bombeiros.
A primeira coisa que me lembrei foi de um episódio do Sexo e a Cidade, em que Samantha "bomba" na mangueira de um fireman, varão acima, varão abaixo. Sorri. A segunda coisa que me lembrei foi do bigode farfalhudo do comandante dos bombeiros da minha terra. E aí parei de sorrir.

Lá fomos três miúdas giras para a festarola. Plas ruas, os franceses têm a detestável tradição de mandar foguetes, fogos de artifício e estalinhos caseiros, fazendo parecer Lyon o Bairro da Fonte há uma semanita. Mais giro é que os pompiers (que também quer dizer broche, bico, felatio na gíria francesa) estavam a embebedar-se que nem umas putas.

Depois de pagar 10 euros 10, entramos num universo paralelo, num el dorado do bombeiral. A fauna envergava camisolas de alsas verde-tropa, algo que me pareceu demasiado gay. Do palco, vinham ecos do techno chunga dos anos 90 e na pista de dança o povo abanava-se ao som do "rythm of the nigh", de Corona, essa senhora com nome de cerveja mexicana que fez as delícias das matinés de todo um portugal rural.

Dirigimo-nos ao bar, que uma rapariga sem bebida na mão é como se estivesse nua. Pedimos margaritas. As piores do mundo, servidas com uma concha num copo de plástico. As piores. Friso, mais uma vez, as piores.
A noite começava a aquecer e quando menos esperávamos começa um espectáculo de som e luzes, com bombeiros de capacete e mangueiral envergando very lights, ao som, lá está, do techno chunga.

Sem aviso, os valentes pompiers desatam a tirar camadas de roupa, quais cebolais combatentes do mal, entre o gáudio do gajedo, que grita, esperneia, pede mais, mostra as mamas, etc... (a parte das mamas não aconteceu, mas podia ter acontecido). Passados poucos minutos, os rapazes envergavam apenas uma minúscula tanga, coisa que me assusta mas que ao mesmo tempo desperta a slutty middle class white trash bitch que há em mim.

Vejamos: Liberdade, igualdade, fraternidade. O Rousseau deve estar bem contente destes jovens (que eram mesmo bombeiros e não strippers) estarem a usufruir dos princípios que tanto defendeu a revolução.

Houve ainda um momento de euforia em que uma mulher desconhecida e vinda do nada me deu um beijo, mas isso contarei num próximo post, que nunca será escrito.

1 Comments:

Blogger cj said...

Não podia deixar de referir o quão maravilhoso e hilariante está o teu post.
kiss huge

17:08  

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