Há muito tempo que não digo mal de franceses
Continuo a achá-los insuportáveis. Enfim, numa palavra: franceses.
Hoje há eleições para escolher gente (jornalistas e tal) para os sindicatos, uma coisa que aqui na France tem assim importância para a classe. Até aqui espectacular. Adoro votar. Se pudesse, tava sempre a votar.
Lá fui eu toda contente por poder exercer o meu direito/dever. Deparo-me então com uma sala cheia de papelinhos de todas as cores do arco-iris, com respectivos envelopes de todas as cores do arco-iris, o que me fez pensar, por instantes, que estava a votar para uma eleição da ILGA e a que qualquer momento começaria a soar "we are familly" e a cairem confétis dourados do tecto.
Não foi nada disso que aconteceu, para minha grande tristeza. Ao invés, havia uma senhora a explicar o modus operandi da votação, uma coisa descabida, burocrática, complicada e que reflecte que os franceses são mesmo uns montes de merda. A senhora explicou em francês, rapidamente, o que eu tinha de fazer.
Eu achei que tinha percebido. Não percebi. Sistema de merda, repito. O que é feito de um boletim onde se põe a cruz e pronto? Aqui riscam-se as pessoas que não queremos e depois escolhe-se um papelinho e coloca-se dentro de um cabrão de um envelope da mesma cor e depois temos de fazer um "pas de deux" e cantar as duas primeiras frases de uma música de Adamo à escolha.
Resultado: fiz merda. Inda bem que o voto é anónimo.