Agosto
Estou a quatro dias de entrar de férias e as minhas palminhas já estão a suar com antecipação do não fazer nenhum que se avizinha. Este ano vou dar uma saltada à Croácia, aquele país onde a moeda se chama Kuna, ou seja, só um pouco ao lado daquela palavra que nos vem logo à mente, o que já vai dar para um par de risotas cada vez que pagarmos qualquer coisa, além de ser a mais forte candidata à moeda Pachanga, já que é o único sítio do mundo onde alguém é sincero e te diz que para conseguires um par de Jimmy Choo tens de dar p'raí umas 10 000 konas.
Lembro-me que até há bem pouco tempo, não dava grande importância às férias. Naturalmente que tivesse de ver com o facto de não trabalhar ou pouco trabalhar durante o ano. Agora percebo aquelas pessoas que dizem que o tempo de trabalho só vale a pena para aqueles 22 dias mágicos, de sol e não fazer peva. É o verdadeiro oasis do trabalhador. Ele existe.
Outra coisa que nunca partilhei com a gente veraneante do meu país, é a corrida ao Algarve em Agosto. Criada que fui a menos de dez quilómetros da praia por essas terras, o percurso da minha famelga era precisamente o contrário. Ou seja, fugir de lá com tudo o que tínhamos. Desde criança que o Agosto era para mim sinónimo de interior, de cidades, de montes verdes, alguns lagos e rios, e raras raras vezes, areia e água do mar. Claro que basta um ano de trabalho para te por a desejar a praia sempre que possas, Agosto incluído. Não precisamente no Algarve, contudo.
Quase toda a gente que conheço passou grande parte de Agosto em Lisboa. E eu até gosto de Lisboa em Agosto, mas volto a achar curioso que nós Pachangas, à semelhança do ano passado, não nos tenhamos conseguido encontrar neste mês. Não existe no calendário Pachanga. E isso que ele fica em plena época aberta de correr nuas.
E este acabou por ser daqueles posts de quem não tem mai nada para escrever. Depois reportarei, se algo de jeito houver para dizer, da temporada pelo país das konas, dos lagos e da aparente tendência para começar todas as palavras com K.