Post rápido para partilhar umas coisinhas enquanto o pachanguedo anda a abanar-se na ILGA ao som da blondie e companhia
Fui pedida em casamento. Calma, mas não aceitei. Ele era um taxista francês, amante de Portugal, cujos pais são os felizes proprietários de uma moradia numa aldeia perto de Aveiro. O rapaz gosta tanto do nosso país que passa a vida a apanhar aviões para aproveitar o que a terra lusa tem pra dar. Num português esquisito, com muitos foda-se e fixes lá para o meio, traçou o nosso plano de vida, que passava, lá está plo matrimónio e por uma vida calma na cabana da dita aldeia. Disse que já era casada, o que lhe causou algum transtorno. No final, tive direito a um desconto, "por ser linda e portuguesa", qual hino de Marante.
Como se não bastasse, na mesma semana caiu-me um travesti em cima. Vinha eu a sair do metro, numas escadinhas escuras e eis que vejo um ser brilhante, envergando calção curto, um coletezinho de pêlo farfalhudo, uma collant preta e como não podia deixar de ser, a bela da plataforma prateada. Tinha umas belas pernas, o cabrão/a puta. Descia formosa, mas nem por isso muito segura. Fodida, a plataforma. Olaré, torce o delicado pé e aterra nos meus braços, donzela traída plos castigadores saltos. Evito que a Cassandra caia (Cassandra foi o nome que lhe dei apesar dele/a ser provavelmente um jean-pierre ou quiçá um nicholas) e olho seus olhos assustados. Rapidamente, como uma leide, o ser brilhante recompõe-se, depois de uma breve troca de palavras que incluiu "merci" e "ça va?". Queria fazer ali um female bonding com a pessoa, mas o meu francês não deu pra isso. Paciência. Agora já aprendi mais umas frases em francês para a próxima vez que um travesti me cair em cima.