Thursday, July 31, 2008
Wednesday, July 30, 2008
Leis
Há uma lei escondida que nunca chegou a assustar-nos quando nos conhecemos na faculdade, simplesmente porque não cabia nas nossas descomplicadas vidas. Essa lei prega que quanto mais cresces menos tempo tens.
É até um pressuposto simples que agora, com os devidos acrescentos de anos, responsabilidades e coisas chatas que a vida tem tendência a nos ir atirando, já encaixámos e aceitámos (mais ou menos resignadamente, conforme os casos, já que há pessoas que nunca tiveram sequer hipótese de ter tempo).
Serve aqui a desconsolada posta apenas para enquadrar a nossa pouca convivência física (nós, as sete aleatoriamente escolhidas e não só) nos últimos tempos. Mesmo com o Verão, e a silly season and so ion, é dificil marcar um café que seja. Entre a nossa semi-emigrada, as nossas viajantes de longo e médio curso, a nossa noiva, a nossa voluntária e a gaja que de vez em quando tem de ir aturar uns gajos que cantam, pouco tempo resta para rendez vous e isso deixa-me umpfff...
Era só para dizer isto. Agora fui.
Thursday, July 24, 2008
Allons pompiers de la patrie
A revolução francesa podia ser uma coisa pachanga, não fosse francesa. Aquilo da miúda de seios desnudos entre um batalhão de homemzarrões empunhando armas, tomando bastilhas como se não houvesse amanhã, poderia ser considerada uma actividade pachanguenta. Not.
A 14 de Julho, França comemorou os bué (n me apetece fazer contas, aquilo foi em 1789) anos da dita revolução. Todo o povo sai à rua e emborca alcool e faz figuras parvas. Primeiro, este festejo é parvo, porque os franceses, em vez de festejarem a coisa de dia 13 para dia 14, não, festejam a 14 e no dia seguinte vão para os empregos a cheirar pior que a avenida de ceuta em dias de canícula.
Neste dia estava por aqui e tinha a noite livre. Com o incentivo de uma colega espanhola, lá fomos ao que ela dizia ser uma tradição do 14 de julho: um baile dos bombeiros.
A primeira coisa que me lembrei foi de um episódio do Sexo e a Cidade, em que Samantha "bomba" na mangueira de um fireman, varão acima, varão abaixo. Sorri. A segunda coisa que me lembrei foi do bigode farfalhudo do comandante dos bombeiros da minha terra. E aí parei de sorrir.
Lá fomos três miúdas giras para a festarola. Plas ruas, os franceses têm a detestável tradição de mandar foguetes, fogos de artifício e estalinhos caseiros, fazendo parecer Lyon o Bairro da Fonte há uma semanita. Mais giro é que os pompiers (que também quer dizer broche, bico, felatio na gíria francesa) estavam a embebedar-se que nem umas putas.
Depois de pagar 10 euros 10, entramos num universo paralelo, num el dorado do bombeiral. A fauna envergava camisolas de alsas verde-tropa, algo que me pareceu demasiado gay. Do palco, vinham ecos do techno chunga dos anos 90 e na pista de dança o povo abanava-se ao som do "rythm of the nigh", de Corona, essa senhora com nome de cerveja mexicana que fez as delícias das matinés de todo um portugal rural.
Dirigimo-nos ao bar, que uma rapariga sem bebida na mão é como se estivesse nua. Pedimos margaritas. As piores do mundo, servidas com uma concha num copo de plástico. As piores. Friso, mais uma vez, as piores.
A noite começava a aquecer e quando menos esperávamos começa um espectáculo de som e luzes, com bombeiros de capacete e mangueiral envergando very lights, ao som, lá está, do techno chunga.
Sem aviso, os valentes pompiers desatam a tirar camadas de roupa, quais cebolais combatentes do mal, entre o gáudio do gajedo, que grita, esperneia, pede mais, mostra as mamas, etc... (a parte das mamas não aconteceu, mas podia ter acontecido). Passados poucos minutos, os rapazes envergavam apenas uma minúscula tanga, coisa que me assusta mas que ao mesmo tempo desperta a slutty middle class white trash bitch que há em mim.
Vejamos: Liberdade, igualdade, fraternidade. O Rousseau deve estar bem contente destes jovens (que eram mesmo bombeiros e não strippers) estarem a usufruir dos princípios que tanto defendeu a revolução.
Houve ainda um momento de euforia em que uma mulher desconhecida e vinda do nada me deu um beijo, mas isso contarei num próximo post, que nunca será escrito.
Tuesday, July 22, 2008
Whá da faque????
A nossa amiga Pacharute (que não há meio de atinar com a senha aqui do bulogue) enviou-me as mais estúpidas leis ainda vigentes na Grã-Bretanha. Escolhi as que mais têm que ver com a mulher:
- Em Liverpool é proibido uma mulher estar de topless a menos que trabalhe numa loja de peixes tropicais (????)
5- Na Escócia se alguém lhe bater à porta para usar a sua casa de banho tem de o deixar entrar (isto dava um certo jeito cá, sobretudo em coisas como os Santos...)
6- Uma mulher grávida pode " aliviar-se" onde quiser ( será que dentro de alivar enquadra-se ter a criancinha???)
7- A baleia que de à costa no Reino Unido é propriedade do Rei, mas a cauda fica para a Rainha (deve ser para fazer uma mala ou assim...)
(estas só por serem as minhas preferidas):
9- É ilegal entrar no Parlamento envergando uma armadura ( até dava jeito pela quatidade de cuspidelas)
10- Na cidade de York é permitido matar um escocês junto às antigas muralhas, desde que ele transporte arco e uma flecha ( e se estiver de kilt, não? Devia ser...)
Pegando na ideia fui à procura de leis deste tipo cá pela lusa pátria, mas a internet não foi amiga. Descobri entretanto algumas nos States sobre sexo:
Alexandria, Minnesota:
É proibido que um marido faça sexo com a esposa se seu hálito cheira a alho, cebola ou sardinha.
Aimes, Iowa:
O marido não pode tomar mais de três goles de cerveja quando estiver deitado na cama com a esposa.
Bozeman, Montana:
É proibido fazer qualquer acto de natureza sexual no jardim em frente à casa após o pôr-do-sol, se para isto for necessário que você esteja nu.
Harrisburg, Pennsylvania:
É ilegal fazer sexo com um motorista de camião dentro de uma barraca.
Tremonton, Utah
Existe uma lei proíbe que uma mulher faça sexo com um homem enquanto dirige uma ambulância.
Em Kingsville, Texas
A lei proíbe os porcos de fazerem sexo dentro do aeroporto da cidade
Connorsville, Wisconsin
Nenhum homem pode disparar uma arma enquanto a parceira está a ter um orgasmo.
E esta que se passou há uns tempos em França, quando a dona de um restaurante foi processada por assédio sexual pelos seus empregados. No tribunal alegou que uma norma da Idade Média autorizava os proprietários de terra a terem relações com quem trabalhasse no seu terreno. Ganhou o caso porque a lei ainda não tinha sido revogada. Será que já foi???
Friday, July 18, 2008
Os Santos da Casa
Há uma anedota que circula e que reza algo parecido com Vamos por num só sitio todos os bandidos, foras da lei, sacanas, rameiras, gente de má ré, proscritos, pessoas que cheiram mal, os merdas, aquele gajo que não me disse bom dia de manhã, a prostituta que me atendeu com mau humor nas finanças, enfim, gente menos boa no geral. A piada acaba com o punch line: isso já se fez e chama-se Austrália.
Do que eu sei que é a Austrália hoje em dia, ressalta à vista as preocupações ecológicas, a quantidade de população ligada às artes e todo um historial de classe no que toca à estética e à conservação das suas paisagens naturais. Está bem, há também um certo conservadorismo/censura que os sucessivos governos de direita têm imposto sobre uma população maioritariamente ultra-católica e muito fechada, e ainda a discriminação com que ainda hoje são tratados os aborígenas depois de seculares atentados aos seus direitos.
Mas um olhar geral chega para perceber que a Austrália, está hoje, bem longe das suas fundações sobre os proscritos da sociedade.
Em contraponto, há um outro país que reza ter conquistado meio mundo através do mar e que se desenvolveu sempre em paralelo com o disseminar da influência da Igreja Católica e dos seus preceitos morais, tanto que os andou a pregar a quem nem estava muito virado para aí, mas teve que ser. Um país conhecido por uma história de austeridade que se prolongou até bem tarde no século XX, que bate com a mão no peito quando fala na sua importância na definição geográfica do mundo como o conhecemos e que toma a si o direito de criticar, proibir e discriminar a diferença e a liberdade de escolha, ainda hoje já bem no século XXI. É neste país que hoje em dia se estão a juntar todos os bandidos, os sacanas e os filhas de uma prostituta (sem querer ofender as senhoras da noite), que por aí andam. Até aposto que cheiram mal também.
Acho que deviam fazer pacotes de viagens para a malandragem estrangeira. Tipo Abuso de Poder 2X1, Corrupção & Lenocínio em meia pensão, Levo (e dou) no rabinho de criancinhas enquanto roubo dinheiro com terrenos expropriados em Timeshare.
Isto por cá nasceu por teimosia. E um pouco de burrice. E safa que pouco mudou desde aí...