Uma pachanga em Londres- Parte I
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Pois é, de volta à terrinha e com muito para contar. Primeiros, antes de tudo, devo falar do maior fenómeno dos últimos anos em Londres. A Mala Dourada. Não, não é nenhum objecto inventado pelo Dan Brown ou algum artigo erótico, mas sim, realmente e concretamente, uma mala dourada. E pensam vocês: "Tás a falar de uma pochete, que se usa em ocasiões especiais, com sapatos a condizer, não?".
NÃO. Estou a falar de pessoas que aparecem do nada, no metro, nos autrocarros, nas lojas, nos restaurantes, no teatro e em todos os sítios imaginários e possíveis daquela bela cidade. Pessoas que envergam enormes malas douradas, do tamanho de sacos de viagem, sem qualquer espécie de classe ou propósito, transformando a fantástica Londres num altar de talha dourada de uma qualquer igreja vitoriana. E como se não bastasse, a bota dourada, o cinto dourado acompanham esta tão bela sinfonia da falta de gosto.
Preveni-vos, pachangas amigas, se fordes a Londres. É essencial levar também um óculo escuro bastante grosso, para que a luminosidade de tal acessório não vos cegue a vista.
Os parques verdejantes
tururtutururu, tuturrruuruururuuuuu. Já vos contei que se a vida pudesse ter banda sonora, eu gostaria de ter como "música de entrada nos locais", a música emblemática que lança Uma Thurman em Kill Bill. Com o meu passo confiante, entraria nos locais, formosa e segura, viçosa pela verdura.
Em Londres, mal tive a oportunidade de me encontrar num daqueles parques maravilhosos que cobrem grande parte da ciddae, a minha alma romântica veio ao de cima e comecei a ver-me num romance de Jane Austen (essa grande pachanga), ao som do turur, tutururur, tuturururu, conhecem?
E eis que detrás de um arbusto surge Mr. Darcy, que me convida para dançar e juntos percorremos hyde park em comunhão espiritual. Foi nesta altura que a minha companheira de viagem me chamou e eu voltei à realidade dura. Estava de facto em Londres, mas do Mr. Darcy, zero. Voltei a comer a minha sanduca feita num banco de jardim e decidi, já que não dançarei jamais com Mr. Dracy num qualquer parque britânico, despojar-me de minhas roupas e correr, integralmente nua, na celebração da pachanga e em união com o meu próprio ser. Não é que deu resultado?
Próximos capítulos:
A ida ao Teatro
A pousada demoníaca
A viagem ao Inferno